Tragam as guitarras, os xailes e a saudade que hoje vamos ouvir fado!
Na verdade, não há Portugal sem fado. Lá fora, conhecem-na pela música da saudade – aquela palavra tão portuguesa que nem tem tradução em inglês. Já por cá, basta pronunciar a palavra fado para relembrar nomes como Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Alfredo Marceneiro, ou ainda os fados tristes dos estudantes de Coimbra.
Nos tempos modernos, destacam-se outros nomes que devolveram a glória ao fado, como Mariza, Carminho, Ana Moura, Camané, António Zambujo, Gisela João, sem esquecer Mário Pacheco e o trabalho notável desenvolvido pelo seu Clube do Fado.
As origens deste género musical estão envolvidas em mistério. A palavra por si só não nos diz grande coisa. Vem do latim, isso é certo, mais propriamente da palavra “fatum”, ou seja, destino.
Encaixa-se bem nos temas cantados pelos fadistas. Porém, não explica muito como surgiu. Especialistas apontam que o fado de Lisboa é uma herança deixada pelos cânticos dos mouros que permaneceram pelo bairro da Mouraria, após a reconquista cristã.
Normalmente cantado a uma única voz é acompanhado de guitarras e com uma dolência e melancolia que nem a todos agrada mas que, em 2011, lhe valeu a condecoração de Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Por essa mesma razão, neste artigo apontamos 5 dos fados portugueses mais famosos de sempre e contamos um bocadinho da história de cada um deles e dos seus intérpretes.
Confere 5 fados portugueses intemporais
Amália Rodrigues – “Povo que lavas no rio”
A diva do fado português, Amália Rodrigues, deu voz a um poema de Pedro Homem de Mello corria então o ano de 1961. E a verdade é que “Povo que lavas no rio” não só se tornou um clássico do fado português como se transformou rapidamente numa das canções mais polémicas da ditadura portuguesa. Considerado um hino aos presos de Peniche, foi proibido pelo governo pouco após o seu lançamento.
Alfredo Marceneiro – “Cabelo Branco” ou “Mais uma Noite de Fado”
Não há voz que represente melhor o fado nacional do que de Alfredo Marceneiro. Embora o seu nome verdadeiro fosse Alfredo Rodrigo Duarte, foi o trabalho entre a madeira que lhe deu o nome artístico pelo qual é hoje recordado. O fado “Cabelo Branco”, também conhecido como “Mais uma noite de Fado” é um dos maiores hinos á saudade, melancolia e passagem inexorável do tempo.
Carlos do Carmo – “Canoas do Tejo”
Um nome mais contemporâneo do fado nacional é o de Carlos do Carmo. Com uma vasta discografia dedicada ao fado português, destaca-se especialmente em “Canoas do Tejo”, honrando a cidade lisboeta onde cresceu e onde o género musical tem as suas raízes mais profundas.
Mariza – “Ó gente da minha terra”
Mariza, a fadista que levou o fado pelo mundo fora e que é quase tão conhecida no estrangeiro como em Portugal. Com uma discografia pontuada por êxitos do fado, não há canção que melhor se destaque do que “Ó gente da minha terra”, o êxito pelo qual ficou conhecida. O mais curioso é o pequeno detalhe por detrás da música (que é desconhecido pela maior parte dos fãs deste clássico): a letra da música é um poema da própria Amália Rodrigues.
Camané – “Sei de um Rio”
Pedro Homem de Mello pode não ter cantado o fado mas não que não fique dúvidas de que foi uma importante influência neste género musical. O fadista Camané, natural de Lisboa, deu voz a “Sei de um Rio”, cantando sobre a sua cidade natal e o rio que a atravessa. O vídeo, a preto e branco, encaixa perfeitamente com a música.
Fonte: mundodemusicas.com