O canto oriental do Alentejo, a minutos da fronteira espanhola, mudou para sempre no início dos anos 2000. Nessa altura, a barragem do Alqueva confiscou o rio Guadiana, inundando o vale e formando um imenso corpo de água. Não importa que este lago seja artificial; A albufeira e as suas margens são absolutamente deslumbrantes e desde então estão equipadas com uma praia e um centro de desportos náuticos.
Para a história, a antiga vila de Monsaraz é como um museu vivo, erguida sobre uma colina estreita e defendida por muralhas medievais. E à noite, as cidades apagam suas luzes para que você possa se maravilhar com o céu noturno.
Vamos explorar o que há de melhor para fazer em Reguengos de Monsaraz:
1. Vila de Monsaraz
A impressionante vila de Monsaraz está aninhada no topo de uma colina alta junto ao Vale do Guadiana.
O núcleo antigo é cercado por suas paredes, que são uma mistura do medieval e do início da modernidade.
Há uma pequena rede de ruas sem carros forradas de xisto e cabanas caiadas de branco que abrigam lojas de artesanato e restaurantes tradicionais.
O ambiente silencioso e a falta de carros aqui farão você se sentir como se estivesse em um túnel do tempo.
Venha cedo e veja as capelas, o pelourinho e a igreja paroquial maneirista.
A nascente encontra-se um miradouro (miradouro) onde a albufeira do Alqueva impressiona pelos seus campos dourados e verdes escuros.
Embora, para dizer a verdade, as vistas de todos os lados da aldeia sejam impressionantes.
2. Castelo e muralhas de Monsaraz
Você pode se inspirar a passar um pouco mais de tempo examinando as defesas da cidade.
Este cume era o refúgio perfeito dos invasores, e as tribos mouriscas, visigodos, romanas e da Idade do Bronze construíram fortes aqui.
Se você caminhar um pouco descobrirá até 500 anos de arquitetura militar, tudo feito com pequenas placas de xisto.
As defesas do século XVII são fáceis de distinguir pelo seu perfil baixo e inclinação diagonal: há uma passarela de metal na parede leste, de onde você pode avistar os restos do bastião.
A torre do castelo do século XIII encontra-se a sul da cidade, no seu ponto mais alto.
Curiosamente, há uma pequena praça de touros aqui, cercada por paredes com vistas ainda mais espetaculares.
3. Wine Tours
RECEVIN, a Rede Europeia de Cidades do Vinho, designada Reguengos de Monsaraz, “Cidade Europeia do Vinho” em 2015. Existem sete cooperativas e propriedades vinícolas no campo.
Uma delas, a Herdade do Esporão, está entre as marcas de vinho mais conhecidas de Portugal.
Vinte anos atrás, eles abriram um centro de degustação e um restaurante com vista para as fileiras de vinhas e o reservatório atrás.
Os tintos dominam este clima quente e há algo de peculiar na forma como são armazenados: na Adega José de Sousa e em algumas outras adegas locais, o vinho amadurece em ânforas de argila, um método que remonta à época romana.
4. Olaria de São Pedro do Corval
Assim que chegar a Corval saberá que a cerâmica é a alma desta aldeia: de facto, Corval se apresenta como o maior centro cerâmico de Portugal.
A estrada principal é forrada de cerâmicas e vitrines que promovem seus produtos.
A tradição da olaria aqui é pré-histórica, aproveitando os abundantes depósitos de argila do solo.
Existem 26 cerâmicas em funcionamento no Corval e, para além de dar uma vista de olhos às suas belas peças, pode ir aos bastidores para ver um mestre oleiro ao volante.
Visite também o centro de interpretação da Casa do Barro e descubra como estas peças são cozidas, pintadas, novamente cozidas e esmaltadas.
A especialidade de Corval são pratos, tigelas e jarros, adornados com motivos pastorais.
5. Reservatório de Alqueva
Quando confrontado com esta enorme massa de água, é difícil acreditar que haja algo mais aqui.
Mas a albufeira do Alqueva não tem nem 20 anos.
Os vales que se ramificam para o Guadiana têm sido lentamente inundados desde 2002, durante a construção da Barragem do Alqueva, uma megaestrutura multimilionária.
E mesmo que este lago seja feito pelo homem, isso não diminui seu charme.
Ao longo dos vales existem ribeiros estreitos, enquanto nos terrenos mais elevados existem ilhas banhadas pelo lago e ainda cobertas por oliveiras, sobreiros e azinheiras.
Os caminhantes e ciclistas podem fazer trilhas em terra, enquanto há muito o que fazer na água, como descobriremos mais tarde.
6. Reserva Dark Sky Alqueva
Os aventureiros aventureiros precisam de embalar os seus telescópios, uma vez que as cidades ao longo do Alqueva cooperam para reduzir ao mínimo a luz artificial.
Nesse processo, a região foi certificada como “Destino Turístico Starlight”, iniciativa da UNESCO e da Organização Mundial do Turismo.
O clima do Alentejo desempenha um papel importante neste processo, visto que raramente existe uma cobertura de nuvens devido à baixa pluviosidade.
E com uma série de paisagens planas ao redor, o céu noturno na reserva é vasto e claro.
Constelações, planetas próximos e milhões de outras estrelas e outros corpos celestes são destacados com uma nitidez que não pode ser imaginada até que você veja por si mesmo.
7. Observatório do Lago Alqueva
A falta de poluição luminosa e o céu limpo em 8 das 10 noites do ano devem colocar o observatório do lago em sua agenda.
Fique de olho na previsão do tempo e você terá um show deslumbrante nesta nova atração.
As sessões são noturnas, claro, e no verão, das 21h30 à 1h00. Você observará os céus com um guia bilíngue, que indicará os diferentes planetas, estrelas, crateras da lua e os satélites que cruzam o céu noturno.
Famílias com crianças receberão uma apresentação divertida e fácil de acompanhar, mas seu guia também pode se aprofundar na composição física das galáxias e da nebulosa, se você quiser mais ciência.
8. Cromeleque do Xerez
O concelho de Reguengos de Monsaraz é salpicado de monumentos pré-históricos, e o destaque é seguramente este cromeleque junto à margem da albufeira.
Ele ficou oculto até o século 20 e só foi devidamente identificado na década de 1960.
Rapidamente foi recuperado, embora todo o complexo tenha sofrido alguma deslocação após a construção da barragem do Alqueva.
O cromeleque data de 5.000 anos ou mais e possui 50 pedras de granito com uma forma fálica prevista.
Estes variam em altura de 1,2 a 1,5 metros e estão dispostos em um quadrado ao redor de um menir central alto que fica isolado.
9. Castelo do esporão
Esta torre de castelo medieval aparece nos rótulos dos vinhos da Herdade do Esporão e, devido à popularidade das marcas, é uma imagem conhecida em todo o lado.
A torre caiada de branco localiza-se na propriedade vinícola e foi erguida na segunda metade do século XV por um nobre da Casa de Bragança.
Há um portal em arco fortificado que se abre para uma exposição de arqueologia pré-histórica depois que um assentamento megalítico foi descoberto na propriedade em 1996. Uma escada em espiral leva você ao parapeito no telhado para uma visão satisfatória dos vinhedos planos.
Veja também a ermida Nossa Senhora dos Remédios, que possui afrescos em seu presbitério.
10. Ermida de Nossa Senhora do Rosário de Corval
Com paredes caiadas e recortadas em azul nos cantos, esta ermida data de 1500 e foi remodelada dois séculos depois.
É um edifício a valorizar desde o exterior, principalmente pelas torres cónicas e pela parede ameada das traseiras.
Visite esta capela em parceria com um menir pré-histórico a poucos passos de distância.
No passado, sobretudo durante as secas, haveria uma peregrinação da capela a esta pedra, conhecida como Rocha dos Namorados.
Isso era um eco da tradição pagã da cidade, pois a pedra era associada à fertilidade, talvez devido à sua ligeira semelhança com um útero!
BÓNUS
11. Megálitos
O Cromeleque do Xerez e a Rocha dos Namorados são dois dos seis sítios megalíticos perto de Reguengos de Monsaraz, por isso há muitos estudantes pré-históricos em que cravar os dentes.
Outro dos mais destacados é o Museu Megalítico José Maria da Fonseca, que guarda um menir de 6.000 anos numa galeria coberta.
Você tem que ver este porque a pedra é gravada com covinhas e círculos pré-históricos e imagens de um machado trapezoidal, cobra e cajado.
Nos armários encontram-se machados e outras ferramentas da mesma época.
Se quiser mais, procure os menires do Outeiro e da Belhoa e as antas funerárias do Olival da Pega.
12. Aldeia da Luz
Uma das vítimas do projecto da barragem do Alqueva foi a aldeia da Luz, que se encontrava no caminho de subida das águas.
No início dos anos 2000, foi tomada a decisão de realocar toda a aldeia três quilômetros colina acima.
Foi uma tarefa gigantesca e, quando possível, seus moradores acabaram nas mesmas ruas e com os mesmos vizinhos de antes.
É uma sensação estranha andar em ruas com típicas casas caiadas de branco. Estou aqui há apenas 15 anos.
O Museu da Luz vai completá-lo em movimento e tem uma janela que dá para o ponto da albufeira onde ficava a Luz.
13. Praia do Rio Monsaraz
Nos últimos dez anos, o município estabeleceu um centro de atividades à beira do lago.
Uma delas é a praia fluvial (Praia Fluvial de Monsaraz), que abriu em 2017 e ganhou o galardão Bandeira Azul no seu primeiro ano.
A praia possui uma faixa de areia dourada, bar, guarda-sóis, duchas, área para piquenique e águas cristalinas e cintilantes para banho.
Você pode estar com muita vontade de entrar no lago e, nesse caso, o Monsaraz Adventure pode conectá-lo com canoas, pranchas de stand-up, barcos a remo ou até mesmo um iate para uma viagem em um dos maiores reservatórios da Europa.
14. Cruzeiro Alqueva
O Centro Náutico de Monsaraz junto à praia é o local de embarque dos cruzeiros na albufeira.
A Monsaraz Adventure e a Cruzeiros Alqueva são duas empresas com uma linha de viagens à sua escolha.
Você pode velejar em grupo ou em particular, pescar, fazer pontos interessantes na orla e atracar nas ilhas do reservatório.
Seu guia irá apontar a vida selvagem que está começando a habitar a costa, enquanto a vista de cair o queixo de Monsaraz e seu castelo no topo da colina é um motivo tão bom quanto qualquer outro para subir a bordo.
Também há cruzeiros noturnos de observação de estrelas.
15. Cozinha
Até um simples lanche no Alentejo pode ser um mimo pelas guloseimas que vêm da terra.
Para acompanhar um copo de vinho pode-se comer azeitonas da região, queijos de ovelha ou de cabra e enchidos de porco preto. Tudo isto excelente com uma fatia de pão estaladiço alentejano.
Para as refeições à mesa, a comida de Monsaraz é simples e satisfatória.
Estamos falando de jogos como javali, lebre, coelho ou perdiz, ou guisados fartos cozidos com cordeiro ou uma mistura de linguiça e porco.
Houve uma época em que pouco tinha de percorrer muito e foi assim que surgiram receitas como a açorda e as migas, ambas transformando sobras de pão em refeições com azeite, carne, legumes e um pouco de criatividade.